Segundo resgate a Portugal "acabará por ser necessário"

O antigo ministro das Finanças Henrique Medina Carreira disse hoje que um segundo resgate financeiro a Portugal "acabará por ser necessário", alertando contudo que ainda não é altura política para se falar no assunto.
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"Penso que [um segundo resgate] acabará por ser necessário. Acho é que politicamente e internacionalmente ainda não é altura de andarmos a falar [sobre isso]", comentou o economista em Lisboa, à margem do seminário "Orçamento do Estado 2013 - o regresso aos mercados e o futuro da economia portuguesa", organizado pelo Fórum para a Competitividade e pela Associação Industrial Portuguesa (AIP).

Medina Carreira escusa-se a prever o momento para o segundo resgate, declarando que tal dependerá "da evolução das coisas", mas adverte para a impossibilidade de ajustar as contas públicas de Portugal num curto período de tempo.

"Dois ou três anos para acertar as contas de um Estado falido não é possível. O Estado faliu em Portugal, não se quer dizer isso mas faliu. Com seis anos arrumávamos a casa razoavelmente, com dois ou três anos não é possível, com este Governo ou outro qualquer", declarou o ministro das Finanças de um dos governos de Mário Soares.

O economista diz que a "urgência em consertar as contas" obrigará a cortes no estado social, embora admita que tal nunca seria um desejo seu enquanto "amante" do conceito.

"Por muito que se corte na saúde e educação, são quantias relativamente mais reduzidas do que o resto", diz, referindo-se às pensões e subsídios da Segurança Social.

O seminário de hoje contará, pela hora de almoço, com uma intervenção do secretário-geral do PS, António José Seguro, e terminará à tarde com o contributo de Carlos Moedas, secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro.

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